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| Nasce a 22 de Dezembro de 1917, na freguesia de Socorro (Lisboa). | | Nasce a 22 de Dezembro de 1917, na freguesia de Socorro (Lisboa). |
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− | Estreia-se no ciclismo e na competição, com apenas 15 anos de idade. Em 1937 inicia a sua carreira de ciclista na CUF, como amador. Em 1939 passa a profissional. De 1937 a 1947, obtém 42 vitórias em circuitos famosos na época, como o da Bairrada, Mealhada, Torres Vedras, Malveira e Volta a Lisboa, destacando-se a sua vitória no clássico Porto-Lisboa, em 1942, realizado numa única etapa, com a duração aproximada de 10 horas, num percurso de cerca de 330 Km, o segundo mais longo percurso velocipédico mundial da altura, a seguir ao Bordeaux-Paris (560 Km) e por isso mesmo, muito prestigiado, aquém e além fronteiras. O seu tempo, inferior em cerca de 3 horas ao da edição de 1941, mantém-se imbatível por 14 anos, sendo somente superado em 1956 após 6 edições da prova e por escassos segundos. Em 1939 obtém o 9º lugar da Classificação Geral Final na Volta a Portugal em Bicicleta. Não era a sua especialidade, nem a sua prova favorita. Corredor de fundo e resistência, como prova a sua vitória no Porto-Lisboa, era essencialmente um velocista (pistar) e sprinter, vencendo os Campeonatos Nacional e Distrital de Velocidade em 1941 pelo Benfica e classificando-se no 2º lugar nos Campeonatos Nacional e Distrital de Velocidade em 1944, ao serviço da Iluminante, aquela que foi a equipa preponderante na sua carreira. Em 1941, ganha ainda as duas primeiras etapas da Volta a Portugal, na equipa do Sport Lisboa e Benfica. Obtém enorme sucesso em Espanha, fazendo parte da famosa equipa dos "4 Mosqueteros", com João Lourenço, Alberto Raposo e José Martins, onde é considerado, juntamente com João Lourenço, o corredor mais rápido que alguma vez pisou as pistas do país vizinho. Nas participações em competições espanholas, é segundo na Volta a Maiorca em 1942 e obtém um 3º lugar na 3ª etapa da Volta a Espanha, em Badajoz, em 1945, para além de ter vencido inúmeras provas de pista e batido o Campeão de Espanha de Velocidade, Plans. Em 1947, conclui a sua carreira no [[Sporting Clube de Portugal]], vencendo o Circuito de Torres Vedras e obtendo o 1º lugar no Prólogo da 1ª Etapa da Volta a Portugal, na pista do [[Estádio José Alvalade]]. Em 1948 ainda participa no Circuito dos Campeões pelo [[Sporting Clube de Portugal|SCP]], mas acaba por desistir. Após concluir a sua carreira competitiva, é treinador de [[Américo Raposo]]. | + | Estreia-se no ciclismo e na competição, com apenas 15 anos de idade. Em 1937 inicia a sua carreira de ciclista na CUF, como amador. Em 1939 passa a profissional. De 1937 a 1947, obtém 42 vitórias em circuitos famosos na época, como o da Bairrada, Mealhada, Torres Vedras, Malveira e Volta a Lisboa, destacando-se a sua vitória no clássico Porto-Lisboa, em 1942, realizado numa única etapa, com a duração aproximada de 10 horas, num percurso de cerca de 330 Km, o segundo mais longo percurso velocipédico mundial da altura, a seguir ao Bordeaux-Paris (560 Km) e por isso mesmo, muito prestigiado, aquém e além fronteiras. O seu tempo, inferior em cerca de 3 horas ao da edição de 1941, mantém-se imbatível por 14 anos, sendo somente superado em 1956 após 6 edições da prova e por escassos segundos. Em 1939 obtém o 9º lugar da Classificação Geral Final na Volta a Portugal em Bicicleta. Não era a sua especialidade, nem a sua prova favorita. Corredor de fundo e resistência, como prova a sua vitória no Porto-Lisboa, era essencialmente um velocista (pistar) e sprinter, vencendo os Campeonatos Nacional e Distrital de Velocidade em 1941 pelo Benfica e classificando-se no 2º lugar nos Campeonatos Nacional e Distrital de Velocidade em 1944, ao serviço da Iluminante, aquela que foi a equipa preponderante na sua carreira. Em 1941, ganha ainda as duas primeiras etapas da Volta a Portugal, na equipa do Sport Lisboa e Benfica. Obtém enorme sucesso em Espanha, fazendo parte da famosa equipa dos "4 Mosqueteros", com João Lourenço, Alberto Raposo e José Martins, onde é considerado, juntamente com João Lourenço, o corredor mais rápido que alguma vez pisou as pistas do país vizinho. Nas participações em competições espanholas, é segundo na Volta a Maiorca em 1942 e obtém um 3º lugar na 3ª etapa da Volta a Espanha, em Badajoz, em 1945, para além de ter vencido inúmeras provas de pista e batido o Campeão de Espanha de Velocidade, Juan Plans. Em 1947, conclui a sua carreira no [[Sporting Clube de Portugal]], vencendo o Circuito de Torres Vedras e obtendo o 1º lugar no Prólogo da 1ª Etapa da Volta a Portugal, na pista do [[Estádio José Alvalade]]. Em 1948 ainda participa no Circuito dos Campeões pelo [[Sporting Clube de Portugal|SCP]], mas acaba por desistir. Após concluir a sua carreira competitiva, é treinador de [[Américo Raposo]]. |
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| Morreu em 22 de Agosto de 1997, vítima de acidente vascular cerebral (AVC), com 79 anos de idade.<br /> | | Morreu em 22 de Agosto de 1997, vítima de acidente vascular cerebral (AVC), com 79 anos de idade.<br /> |
Revisão das 10h16min de 20 de dezembro de 2014
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Dados de Eduardo Lopes |
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Nome |
Eduardo Lopes
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Nascimento |
22 de Dezembro de 1917
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Naturalidade |
Socorro, Lisboa - Portugal -
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Posição |
Ciclista (Pistard e Sprinter)
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Eduardo Lopes (1917-1997) foi um ciclista profissional português, de estrada e de pista.
Breve biografia
Nasce a 22 de Dezembro de 1917, na freguesia de Socorro (Lisboa).
Estreia-se no ciclismo e na competição, com apenas 15 anos de idade. Em 1937 inicia a sua carreira de ciclista na CUF, como amador. Em 1939 passa a profissional. De 1937 a 1947, obtém 42 vitórias em circuitos famosos na época, como o da Bairrada, Mealhada, Torres Vedras, Malveira e Volta a Lisboa, destacando-se a sua vitória no clássico Porto-Lisboa, em 1942, realizado numa única etapa, com a duração aproximada de 10 horas, num percurso de cerca de 330 Km, o segundo mais longo percurso velocipédico mundial da altura, a seguir ao Bordeaux-Paris (560 Km) e por isso mesmo, muito prestigiado, aquém e além fronteiras. O seu tempo, inferior em cerca de 3 horas ao da edição de 1941, mantém-se imbatível por 14 anos, sendo somente superado em 1956 após 6 edições da prova e por escassos segundos. Em 1939 obtém o 9º lugar da Classificação Geral Final na Volta a Portugal em Bicicleta. Não era a sua especialidade, nem a sua prova favorita. Corredor de fundo e resistência, como prova a sua vitória no Porto-Lisboa, era essencialmente um velocista (pistar) e sprinter, vencendo os Campeonatos Nacional e Distrital de Velocidade em 1941 pelo Benfica e classificando-se no 2º lugar nos Campeonatos Nacional e Distrital de Velocidade em 1944, ao serviço da Iluminante, aquela que foi a equipa preponderante na sua carreira. Em 1941, ganha ainda as duas primeiras etapas da Volta a Portugal, na equipa do Sport Lisboa e Benfica. Obtém enorme sucesso em Espanha, fazendo parte da famosa equipa dos "4 Mosqueteros", com João Lourenço, Alberto Raposo e José Martins, onde é considerado, juntamente com João Lourenço, o corredor mais rápido que alguma vez pisou as pistas do país vizinho. Nas participações em competições espanholas, é segundo na Volta a Maiorca em 1942 e obtém um 3º lugar na 3ª etapa da Volta a Espanha, em Badajoz, em 1945, para além de ter vencido inúmeras provas de pista e batido o Campeão de Espanha de Velocidade, Juan Plans. Em 1947, conclui a sua carreira no Sporting Clube de Portugal, vencendo o Circuito de Torres Vedras e obtendo o 1º lugar no Prólogo da 1ª Etapa da Volta a Portugal, na pista do Estádio José Alvalade. Em 1948 ainda participa no Circuito dos Campeões pelo SCP, mas acaba por desistir. Após concluir a sua carreira competitiva, é treinador de Américo Raposo.
Morreu em 22 de Agosto de 1997, vítima de acidente vascular cerebral (AVC), com 79 anos de idade.
Nas exéquias fúnebres, a sua urna ia coberta com a bandeira da Federação Portuguesa de Ciclismo.
Cycling Museum (The Netherlands)
Histórias inéditas
Por volta de 1932, tinha Eduardo Lopes cerca de quinze anos (era a sua primeira corrida e as exigências, para participação em provas, eram menores em certos aspectos), disputou-se uma prova-circuito no Alto do Parque Eduardo VII, com a participação de José Maria Nicolau do Benfica e Alfredo Trindade do Sporting, os grandes nomes do ciclismo da época.
Eduardo Lopes também integrou a competição e... pasmem-se... venceu a prova.
Nicolau ficou furibundo e só vociferava: "Quem é o magricela do miúdo?".
- Memórias transmitidas por Eduardo Lopes
Após se ter já retirado da competição (1947), o Sporting Clube de Portugal, convida ainda Eduardo Lopes a integrar a equipa para disputar as suas últimas provas, entre elas, Lisboa-Santarém-Lisboa (salvo o erro). Eduardo Lopes, combina com o seu companheiro de equipa, Manuel Rocha: "Mete-te no meio desses gajos e quando estivermos perto da meta, espera pelo meu sinal, encosta e abre caminho livre para mim". E assim foi. Quando se aproximavam da Meta, em Lisboa, Lopes dá o sinal a Rocha, este encosta e num "sprint" fulgurante, Eduardo Lopes bate todos e vence a prova. Alfredo Piedade, treinador do Sport Lisboa e Benfica (que também tinha sido de Eduardo Lopes, quando este integrou a equipa), exclama para os seus ciclistas:
"Vocês não têm vergonha? Perder com um ciclista em final de carreira e quase com cem quilos de peso?
- Memórias transmitidas por Eduardo Lopes
Carreira desportiva (classificações)
Equipa do Sporting Clube de Portugal - 1947
- 1937 - 1º no Circuito da Póvoa (POR)
- 1937 - 1º no Circuito do Cadaval (POR)
- 1937 - 1º no Circuito da Boca do Inferno (POR)
- 1937 - 1º no Grande Prémio de Outono (POR)
- 1937 - 1º no Campeonato Nacional de Fundo, Amadores (POR)
- 1938 - 1º no 1o Circuito de Preparação, Lisboa (POR)
- 1938 - 1º no Campeonato Distrital de Velocidade, Lisboa (POR)
- 1939 - 1º nos 166 Quilómetros Clássicos - Lisboa (POR)
- 1939 - 1º no Campeonato Distrital de Velocidade - Lisboa (POR)
- 1939 - 9º na Classificação Geral Final da Volta a Portugal (POR)
- 1939 - 2º na 3a etapa da Madrid - Lisboa, Mérida (POR)
- 1939 - 1º nas 2 Horas à Americana, Lisboa (POR)
- 1939 - 1º no Circuito General Carmona, Cascais (POR)
- 1940 - 2º no Campeonato Distrital de Velocidade, Lisboa (POR)
- 1940 - 1º no Lisboa-Santarém-Lisboa (POR)
- 1940 - 1º na 6a etapa da Volta a Portugal, Évora (POR)
- 1940 - 1º na 8a etapa da Volta a Portugal, Castelo Branco (POR)
- 1941 - 1º na 2a etapa da Volta a Portugal, Espinho (POR)
- 1941 - 1º na 1a etapa da Volta a Portugal, Espinho (POR)
- 1941 - 1º no Campeonato Distrital de Velocidade (POR)
- 1941 - 1º no Campeonato Nacional de Velocidade (POR)
<video type="youtube" id="_J33WX0jo7M" width="300" height="200" position="right" desc="Breve cronologia da rivalidade entre Lopes e Lourenço"/>
- 1942 - 1º no Circuito da Bairrada (POR)
- 1942 - 1º na Volta a Lisboa (POR)
- 1942 - 2º na Vuelta a Mallorca (ESP)
- 1942 - 1º no Porto - Lisboa, Lisboa (POR)
- 1943 - 1º nos 50 Km Clássicos (POR)
- 1943 - 1º no Circuito do Estoril (POR)
- 1944 - 1º no Circuito de Torres Vedras (POR)
- 1944 - 1º no Circuito de Lisboa, Lisboa (POR)
- 1944 - 1º no Lisboa-Santarém-Lisboa (POR)
- 1944 - 2º no Campeonato Distrital de Velocidade (POR)
- 1944 - 2º no Campeonato Nacional de Velocidade (POR)
- 1945 - 1º nos 176 Quilómetros Clássicos (POR)
- 1945 - 1º nos 166 Quilómetros Clássicos (POR)
- 1945 - 1º na etapa 1, parte A do Circuito da Bairrada (POR)
- 1945 - 1º no Circuito da Mealhada (POR)
- 1945 - 1º no Circuito do Livramento (POR)
- 1945 - 1º no Circuito da Malveira, Malveira (POR)
- 1945 - 3º na 3a etapa da Vuelta a España, Badajoz (ESP)
- 1945 - 1º na Americana, Independentes, Lumiar Stadium (POR)
- 1945 - 1º nas Duas Horas à Americana, Lumiar Stadium (POR)
- 1946 - 1º nos 176 Quilómetros Clássicos (POR)
- 1946 - 1º nos 166 Quilómetros Clássicos (POR)
- 1946 - 1º na 3a etapa da Volta a Portugal, Faro (POR)
- 1947 - 1º nos 166 Quilómetros Clássicos (POR)
- 1947 - 1º no Lisboa-Santarém-Lisboa (POR)
- 1947 - 1º no Circuito de Torres Vedras (POR)
- 1947 - 1º no Campeonato Distrital de Velocidade (POR)
- 1947 - 1º no Prólogo 1a etapa da Volta a Portugal, Lisboa (Pista de Alvalade) (POR)
Palmarés
Ano |
1937 |
1938 |
1939 |
1940 |
1941 |
1942 |
1943 |
1944 |
1945 |
1946 |
1947 |
Total
|
Vitórias |
5 |
2 |
4 |
3 |
4 |
3 |
2 |
3 |
8 |
3 |
5 |
42
|
Referências
Museu do Ciclismo Mundial (en) - Cycling Museum
Museu de Ciclismo (it) - Museo del Ciclismo
Sítio de Ciclismo (es) - Sitio de Ciclismo
Sporting Canal (pt) - Sporting Canal
Ligações externas