Diferenças entre edições de "Atletismo 2000"

Edição atual desde as 11h24min de 20 de agosto de 2021

Campeões Europeus

Campeões Europeus

O Sporting partiu para a nova temporada com o objectivo de melhorar as suas classificações na Taça dos Campeões Europeus de Atletismo, numa altura em que já tinha consolidado a sua posição entre os melhores clubes da Europa nesta modalidade.

Nesse sentido foi possível beneficiar do desinteresse do Benfica pelo Atletismo, que levou os dirigentes daquele clube a facilitarem a transferência para o Sporting de atletas como Carlos Alberto Silva, João Pires, Fernando Alves e Carmo Tavares.

Para além disso, as equipas leoninas foram reforçadas com atletas jovens e muito prometedores como Inês Monteiro e Hélder Ornelas, este último que vinha compensar a saída de Domingos Castro, que resolvera mudar-se para o Maratona Clube de Portugal, isto sem esquecer a chegada da já consagrada atleta nigeriana Mercy Nku, que veio substituir Lucrécia Jardim que decidira parar para engravidar.

O tempo em que o sector do fundo e Corta Mato, alicerçado em grandes figuras como Carlos Lopes, Fernando Mamede e os Gémeos Castro, era o mais emblemático da força do Atletismo leonino, fora substituído por uma nova fase em que o Sporting tinha equipas fortes e equilibradas em todas as disciplinas.

Apesar disso a temporada começou com algumas vitórias dos atletas do Sporting na Estrada e no Crosse, com destaque para Rui Silva que ganhou o Grande Prémio do Natal e a Volta ao Funchal, enquanto no Corta-Mato a jovem Inês Monteiro sagrou-se Campeã da Europa de Juniores, contribuindo decisivamente para a Medalha de Prata conquistada por Portugal nessa competição, que se disputou em Velenje na Dinamarca, onde Vítor Almeida fez parte da Selecção Nacional que ficou em 2º lugar na corrida mais importante.

Esta época ficou também marcada pela introdução do Crosse Curto nos Campeonatos Nacionais de Corta Mato, uma variante onde o Sporting apostou forte, isto numa altura em que o Maratona Clube de Portugal dominava completamente o Crosse tradicional, à custa de uma equipa formada quase na integra por atletas desviados do Sporting.

Assim nesta 1ª edição dos Campeonatos Nacionais de Crosse Curto, o Sporting ganhou colectivamente as duas provas, com Rui Silva a ser o vencedor no sector masculino, enquanto nas senhoras, Inês Monteiro e Ana Dias ficavam em 2º e 3º lugar, respectivamente.

Na pista coberta esta foi mais uma temporada totalmente dominada pelos atletas leoninos, que acumularam vitórias e recordes, renovando sem grandes dificuldades os títulos de Campeão Nacional nos dois sectores.

Os homens ganharam com uma vantagem de 31,5 pontos sobre o Benfica, obtendo 12 vitórias nas 13 provas em disputa, com destaque para Rui Silva e Jonas Mattes que bateram os Recordes Nacionais dos 3000m e do Salto em Altura, respectivamente, enquanto Victor Jorge (60 e 200m) e Carlos Calado (Comprimento e Triplo), somaram duas vitórias cada um.

As senhoras venceram com uma vantagem de 21 pontos sobre o JOMA, obtendo 6 vitórias nas 13 provas em disputa, com destaque para Sónia Carvalho que bateu por 3 vezes o Recorde Nacional do Salto em Altura, levando-o até ao 1,82m, numa competição onde a equipa da estafeta dos 4x400m também estabeleceu um novo Recorde Nacional.

Nos Campeonatos de Portugal de Pista Coberta, os atletas do Sporting conquistaram 13 dos 24 títulos em disputa, com destaque para Jonas Mattes que voltou a bater o Recorde Nacional do Salto em Altura e para Carmo Tavares (60 e 200m) e Inês Monteiro (1500 e 3000m), que ganharam dois títulos cada uma.

A época de Pista Coberta terminou em grande, com a presença de 5 atletas do Sporting nos Campeonatos da Europa que se disputaram em Gent na Bélgica, onde Rui Silva que nessa temporada já tinha melhorado duas vezes o Recorde Nacional dos 3000m, conquistou a Medalha de Prata nessa prova, onde foi batido ao sprint pelo irlandês Mark Carroll.

Seguiram-se os Mundiais de Corta Mato, onde havia alguma expectativa em relação à participação de Rui Silva no Crosse Curto, mas o melhor português acabou por ser Luís Feiteira no 23º lugar, uma posição acima do Campeão Nacional, que teve uma prestação algo decepcionante. No crosse longo, Alberto Maravilha fez parte da equipa portuguesa que conquistou a Medalha de Bronze na corrida principal.

O grande momento da temporada estava guardado para os dias 28 e 29 de Maio, quando em Vila Real de Santo António se realizou a Taça dos Campeões Europeus de Atletismo, uma competição onde o Sporting apontava para as suas melhores classificações de sempre, que passariam pelo pódio no sector masculino e pelo 4º lugar no que diz respeito às senhoras.

No entanto as expectativas foram superadas e no final do primeiro dia os homens seguiam no 2º lugar, a um ponto e meio do Luch de Moscovo e com meio ponto de vantagem sobre o Dukla de Praga, enquanto as senhoras ocupavam um perigoso 7º lugar.

Obikwelu chora abraçado a Valentina Fedjuschina

Mas a segunda jornada seria gloriosa, com o Sporting a ultrapassar a equipa russa e a garantir a vitória de uma forma algo surpreendente na última prova, graças à ajuda do Dukla de Praga que ganhou a decisiva estafeta dos 4x400m, onde todos esperavam uma vitória do Luch. Quanto às senhoras, recuperaram e chegaram ao 5º lugar, igualando a melhor classificação de sempre do Clube e, acabando a festejar com os seus companheiros do sexo oposto.

Francis Obikwelu foi a grande figura da equipa ao ganhar os 100 e 200m, para além de ter participado na vitória da estafeta dos 4x100m, e por isso foi ele quem teve a honra de receber a taça, mas Rui Silva também contribuiu com duas vitórias (1500 e 3000m), sendo ainda de salientar os triunfos algo surpreendentes de João Pires nos 800m e de Hélder Ornelas nos 5000m.

Seguiram-se os Campeonatos Nacionais onde mais uma vez o Sporting foi duplamente vitorioso, numa altura em que a superioridade leonina a nível nacional era esmagadora, particularmente no sector masculino, como se pode verificar pela vantagem de 53 pontos obtida sobre o FC Porto, com 17 vitórias nas 21 provas em disputa, sendo de destacar a actuação de Victor Jorge, que ganhou os 100 e 200m e participou na vitória da estafeta dos 4x100m.

No sector feminino a vantagem sobre o CA Madeira foi de 33 pontos, com 12 vitórias nas 19 provas em disputa, e com Sónia Carvalho novamente em destaque, ao melhorar o seu Recorde Nacional do Salto em Altura. Patrícia Rebelo, Sandra Turpin e Teresa Machado, com duas vitórias cada uma, foram as outras atletas em maior evidência.

Depois do pleno nos Campeonatos de Portugal de Estafetas, os atletas leoninos conquistaram 13 dos 34 títulos em disputa nos Campeonatos de Portugal individuais, havendo ainda a registar 13 segundos lugares e 10 terceiros, numa competição que se disputou em Leiria, onde a ausência de vários atletas de primeiro plano, abriu as portas do sucesso a algumas segundas linhas.

Teresa Machado continuou a somar títulos, atingindo os 23 (12 no Peso e 11 no Disco), enquanto Fernando Alves chegava ao seu 11º Campeonato de Portugal no Lançamento do Peso. Mas em termos de marcas os melhores resultados foram para João André com 4,60m no Salto com Vara, Sandra Turpin com 13,22s nos 100m barreiras e Rui Palma com 13,91s nos 110m barreiras, ele que nesta época tinha conseguido finalmente derrubar o Recorde Nacional de João Lima, quando numa prova que se disputou na Alemanha fez o tempo de 13,85s, superando uma marca que já durava há quase 11 anos.

Em ano de Jogos Olímpicos os atletas direcionaram a sua preparação para o maior evento desportivo do mundo, que nessa ocasião se realizou em Sydney na Austrália. Assim o circuito internacional de meetings que antecedeu os Jogos, teve a presença de vários os atletas do Sporting, uns à procura da obtenção dos mínimos olímpicos, outros aprimorando a sua forma a sonhar com as medalhas, como eram os casos de Francis Obikwelu e Rui Silva.

O nigeriano foi 3º nos 100m do Meeting de Roma com 10s, ganhou o Meeting de Nice com 10,06s e foi 2º em Lausana, estabelecendo o seu recorde pessoal com a marca de 9,97s, e nesse mesmo encontro obteve também o 2º lugar nos 200m, com o tempo de 20,01s.

Quanto a Rui Silva fez 3,32,60m nos 1500m do Meeting de Roma, uma marca que o colocava no 12º lugar no ranking mundial do ano, ganhou o Meeting de Barcelona com 3,35,19s e foi 3º nos 800m do Meeting Internacional de Lisboa, com o tempo de 1,45,29s, a segunda melhor marca portuguesa de sempre, mas uma inesperada gripe quebrou-lhe a forma, num momento em que parecia embalado para terminar em grande, uma época que até aí tinha sido muito positiva.

Carlos Calado ganhou o Salto em Comprimento da Taça da Europa com 7,97m, e poucos dias depois no Meeting Internacional da Maia melhorou 10 centímetros, chegando logo de seguida aos 8,13m, mas as lesões não o deixavam e era evidente que ainda estava longe do seu melhor, ao contrário do nigeriano Sylvester Omadiale, que foi surpreendentemente Campeão de África dos 400m barreiras, com o tempo de 49,81s, uma marca que logo a seguir viria a melhorar em 5 centésimos.

Assim o Sporting conseguiu colocar 17 atletas nos Jogos Olímpicos de Sydney, mas Carlos Silva lesionou-se e foi afastado desta grande competição, onde a prestação dos atletas leoninos acabou por ficar aquém das expectativas, especialmente em relação àqueles de quem se esperava mais.

Rui Silva correu debilitado por um vírus que o atacou quando recuperava de uma gripe, e foi logo eliminado na primeira ronda dos 1500m, enquanto Francis Obikwelu chegou a Sydney ligeiramente lesionado, abdicando dos 100m para tentar tudo nos 200, mas ficou-se pelas meias finais.

Pela positiva destacou-se apenas o jovem Manuel Silva que chegou à Final dos 3000m obstáculos. De resto, Carlos Calado, Teresa Machado e Valentina Fedjuschina também foram finalistas, realizando provas dentro das suas expectativas, tal como a nigeriana Mercy Nku, que foi smi-finalista nos 100 e 200m e chegou à Final na estafeta dos 4x100m.

To-mane 16h22min de 20 de Junho de 2013 (WEST)

Vitórias do Clube

Taça dos Campeões Europeus de Atletismo - Masculinos

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Classificação por equipas

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