Diferenças entre edições de "2013/14"

Edição atual desde as 09h31min de 10 de outubro de 2024

BASTA!

Depois da pior época de sempre, a nova Direcção liderada por Bruno de Carvalho, foi logo avisando que não era expectável que se passasse de um patamar tão baixo, para uma temporada ao nível das melhores da história do Clube, garantindo no entanto que era possível fazer mais com menos e assegurando que a equipa jogaria sempre para ganhar, embora sem fazer promessas, nem traçar objectivos que fossem para além do jogo a jogo.

Uma das primeiras decisões tomadas e talvez a mais importante de todas, foi a contratação de Leonardo Jardim para ocupar o lugar de treinador, depois de não ter havido acordo para a renovação do contrato de Jesualdo Ferreira, um cenário que sempre se revelara como muito pouco provável, uma vez que o Professor tinha algumas funções que agora passavam para as mãos de Augusto Inácio, que assumira o cargo de Director do Futebol.

O plantel como não poderia deixar de ser sofreu uma profunda remodelação. Van Wolfswinkel já estava vendido quando a nova Direcção entrou, Bruma e Tiago Ilori forçaram a saída ao recusarem a renovação dos respectivos contratos, num processo que principalmente no caso do extremo, foi bastante polémico, mas que acabou com um bom encaixe financeiro para o Sporting.

Joãozinho foi dispensado e Valentín Viola foi emprestado, seguindo-se uma série de transferências ou acordos de rescisão com jogadores considerados muito caros para o rendimento apresentado, como foram os casos de Boulahrouz, Stijn Schaars, Santiago Arias, Danijel Pranjic, Oguchi Onyewu e Diego Rubio. Mais difíceis de resolver foram as situações de Zakaria Labyad, Jeffrén e Elias, que chegaram a estar a treinar com a Equipa B, mas que de uma forma ou de outra, acabaram também por sair, isto sem esquecer o despedimento de Valeri Bojinov.

Quanto a aquisições, o investimento foi muito reduzido, sendo que a maior fatia foi para o avançado colombiano Fredy Montero, que tinha feito grande parte da sua carreira nos Estados Unidos, mas que se revelou uma boa aposta, marcando muitos golos no início da temporada.

De resto, chegaram três jogadores do mercado secundário brasileiro, com o central Maurício a ser uma agradável surpresa, ao contrário de Gerson Magrão e de Welder que pouco ou nada jogaram, enquanto no futebol português foram recrutados o lateral esquerdo brasileiro Jefferson, que pegou de estaca como titular indiscutível e o médio Vítor Silva que que não teve a mesma sorte. Já perto do fecho do mercado chegaram o internacional paraguaio Iván Piris, que veio por empréstimo mas não se conseguiu impor e o argelino Islam Slimani, que se viria a revelar muito útil, acabando mesmo por tirar o lugar a Fredy Montero.

Para além disso foram recuperados três jovens que estavam emprestados: William Carvalho, Wilson Eduardo e Diogo Salomão. O primeiro foi a grande revelação da temporada, tornando-se numa das principais figuras da equipa, enquanto o último acabou por ser novamente emprestado na reabertura do mercado, tal como Fabián Rinaudo que perdeu o lugar de titular e a braçadeira de Capitão, que foi entregue definitivamente a Rui Patrício. Quanto ao segundo, começou como titular mas com a chegada de Heldon em Janeiro, acabou por perder o lugar.

Com tantas mexidas não deixou de ser surpreendente o excelente arranque de campeonato do Sporting, que chegou mesmo a liderar a tabela classificativa, no entanto as arbitragens voltaram a ser fatais para os Leões, que na fase decisiva da época perderam pelo menos 6 pontos à conta dos apitos ou da falta deles.

Mesmo assim o Sporting chegou à Luz com apenas 2 pontos de atraso em relação ao Benfica, pelo que esse poderá ser considerado como o jogo que afastou definitivamente a equipa da corrida pelo título, depois de uma derrota que não ofereceu discussão, mas que não pode deixar de ficar ligada a alguns acontecimentos estranhos, como a ausência de William Carvalho graças a um cirúrgico cartão amarelo com que fora presenteado na jornada anterior e o adiamento do jogo devido a um temporal que pôs em causa a segurança da cobertura do Estádio, acabando por esvaziar o efeito surpresa da estratégia de Leonardo Jardim para esse jogo, que assim se viria a revelar como um fiasco, ficando por saber o que aconteceria se o encontro se tivesse disputado no domingo.

Já antes o Sporting tinha sido eliminado da Taça de Portugal no Estádio da Luz, num jogo novamente marcado pela arbitragem, que deixou por assinalar dois penaltis, um dos quais verdadeiramente escandaloso, impedindo o Sporting de chegar pelo menos ao desempate por pontapés da marca da grande penalidade, num jogo que acabou por ser decidido no prolongamento, graças a um golo caricato no qual Rui Patrício foi manifestamente infeliz. Para trás tinha ficado uma goleada das antigas ao Alba, com um resultado que já não se via há muito tempo em Alvalade (8-1).

Voltando ao Campeonato, o Sporting saiu da Luz com 5 pontos de atraso, o que não sendo uma desvantagem irrecuperável, era pelo menos uma diferença difícil de anular, o que se tornou praticamente impossível depois do empate registado em Setúbal, graças a mais uma arbitragem à maneira, que despoletou uma reacção enérgica da Direcção leonina em conjunto com os seus adeptos, num movimento que ficará para a história com o nome de "BASTA!", e que talvez apenas tenha pecado por tardio.

O que é certo é que daí para a frente a equipa somou uma série de 6 vitórias consecutivas, que começaram logo no jogo seguinte frente ao FC Porto, realizado no Estádio José Alvalade, no qual o Sporting praticamente garantiu o 2º lugar e o regresso à Liga dos Campeões, que se viria a confirmar a duas jornadas do fim, o que não poderia deixar de ser considerado como um excelente resultado, depois de um ano fora das competições europeias.

Essa vitória sobre o FC Porto, constituiu também uma espécie de vingança em relação à Taça da Liga, onde o Sporting fora eliminado pelos portistas na fase de grupos, depois de um zero a zero em Alvalade, num jogo onde o FC Porto foi massacrado, mas que assim deixou a decisão do 1º lugar do grupo dependente da diferença de golos no total dos jogos, uma situação que acabaria por pender para o lado portista, já nos últimos instantes da jornada final, que ficou marcada pelo episódio do atraso deliberado do jogo do Dragão, o que motivou um protesto do Sporting, julgado improcedente no meio de muita polémica, resultante da argumentação apresentada pelos órgãos jurisdicionais que julgaram o processo, que acabou apenas por ser mais uma acha para a fogueira do movimento "BASTA!"

Uma nota ainda para o regresso da Taça de Honra, uma velha competição da égide da Associação de Futebol de Lisboa, que o Sporting ganhou apesar de ter apresentado um grupo maioritariamente formado por jogadores da Equipa B, uma vez que a prova se realizou numa altura em que decorria o estágio de pré época que o Sporting fez no Canadá.

To-mane 17h00min de 24 de Abril de 2014 (WEST)

Figuras

Plantel

• Há um autogolo de Nuno Campos (Nacional)

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Classificação

Pontuação: 3 pontos por vitória, 1 por empate, 0 por derrota

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