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Na época de [[1946/47]] o Campeonato de Lisboa teve a sua última edição enquanto prova que dava acesso ao Campeonato Nacional, e mais uma vez a competição foi disputada ombro a ombro entre Sporting e Benfica, que chegaram à última jornada empatados em pontos, com o aliciante de se defrontarem nessa ronda onde se iria decidir quem era o último Campeão Regional de Lisboa dessa era que terminava ali.
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[[Imagem:Azevedo-de-braco-ao-peito.jpg|left|Azevedo de braço ao peito carregado em ombros no fim do jogo|680 px]]
  
O jogo disputou-se no Campo Grande que na altura era a casa do Benfica, a 17 de Novembro de 1946, e o Sporting alinhou com: [[Azevedo]]; [[Álvaro Cardoso]], [[Manecas]]; [[Octávio Barrosa]], [[Canário]] e [[Veríssimo]]; [[Jesus Correia]], [[Vasques]], [[Peyroteo]], [[Travaços]] e [[Albano]].
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Na época de [[1946/47]] o Campeonato de Lisboa teve a sua 41ª e última edição enquanto prova que dava acesso ao Campeonato Nacional, e mais uma vez a competição foi disputada ombro a ombro entre Sporting e Benfica, que chegaram à última jornada empatados em pontos, com o aliciante de se defrontarem nessa ronda, onde se iria decidir quem era o último Campeão Regional de Lisboa da era que terminava ali.
  
O Sporting ganhava por 1-0 com um golo de [[Jesus Correia]] quando o guarda-redes [[Azevedo]] se lesionou gravemente numa clavícula e teve de sair. Como na altura não eram permitidas substituições [[Jesus Correia]] foi para a baliza, posição que ocupou nos poucos minutos que faltavam para o intervalo.
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O jogo disputou-se a 17 de Novembro de 1946, no [[Estância de Madeira|Campo Grande]] que na altura era a casa do Benfica, que tinha vantagem na diferença de golos, pelo que lhe bastava o empate para ganhar a competição.
  
Na 2ª parte foi a vez de [[Veríssimo]] calçar as luvas e o Benfica aproveitando a vantagem numérica acabou por chegar ao empate à passagem do primeiro quarto de hora, por intermédio de Arsénio.  
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O Sporting vencia por 1-0 com um golo de [[Jesus Correia]] aos 40 minutos, quando o guarda-redes [[João Azevedo]] se lesionou gravemente numa clavícula e teve de sair. Como na altura não eram permitidas substituições, [[Jesus Correia]] foi para a baliza, posição que ocupou no pouco tempo que faltava para o intervalo.
  
De imediato João [[Azevedo]] sentindo que o Sporting com menos um não conseguiria ganhar o jogo, prontificou-se a regressar à baliza e seis minutos depois lá estava com o braço ao peito, disposto a fazer o seu papel e a permitir que os seus companheiros fizessem os deles.
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Na 2ª parte foi a vez de [[Veríssimo Alves|Veríssimo]] calçar as luvas e o Benfica aproveitando a vantagem numérica, atacou ferozmente a baliza leonina, obrigando o improvisado guarda redes do Sporting a duas boas defesas.
  
Foi de braço ao peito que [[Azevedo]] aguentou firme até ao fim do jogo sem sofrer golos. E aqui entramos na parte que se tornou lendária e que foi contada por quem viu e repetida vezes sem fim por quem ouvia descrever a forma inacreditável como [[Azevedo]] tinha defendido um portentoso remate de Espírito Santo ao ângulo, com um espantoso voo e desviando a bola para canto com o braço que não estava lesionado.
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Eram decorridos 12 minutos da 2ª parte, quando [[João Azevedo]] sentindo que o Sporting com menos um estava a fraquejar, prontificou-se a regressar à baliza, embora visivelmente limitado no seu braço esquerdo, mas disposto a fazer o seu papel na defesa da vantagem adquirida.
  
E se na baliza [[Azevedo]] mesmo de braço ao peito foi herói, lá na frente [[Peyroteo]] também não deixou os seus créditos por pés alheios, e a 10 minutos do fim colocou o Sporting em vantagem no marcador, para logo no minuto seguinte [[Albano]] fixar o resultado final em 3-1.
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5 minutos depois na sequência de mais uma descida do ataque do Benfica, Arsénio desfere um remate forte e rasteiro para o lado manco do guarda redes do Sporting, que não consegue evitar o golo do empate. Parecia que o destino do Campeonato estava traçado, até porque [[João Azevedo]] saiu ainda mais limitado dessa jogada.
  
Reza a história que no fim [[Azevedo]] foi passeado em ombros pelos companheiros, e que até os adeptos adversários se renderam e aplaudiram o heroísmo daquele que ficára conhecido pelo "Gato de Frankfurt" depois de outra exibição histórica, essa ao serviço da Selecção em 1938.
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Mas foi de braço ao peito que [[João Azevedo|Azevedo]] aguentou firme até ao fim do jogo sem sofrer mais golos. E aqui entramos na parte que se tornou lendária e que foi contada por quem viu e repetida vezes sem fim por quem ouvia descrever a forma inacreditável como [[João Azevedo]] tinha defendido um portentoso remate de Espírito Santo ao ângulo, com um espantoso voo e desviando a bola para canto com o braço que não estava lesionado.
  
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E se na baliza [[João Azevedo]] foi herói, lá na frente os avançados do Sporting também não deixaram os seus créditos por pés alheios, e a 5 minutos do fim [[Albano Pereira|Albano]] colocou o Sporting em vantagem no marcador, com um remate bem colocado que bateu no poste e entrou na baliza para delírio dos sportinguistas, que logo no minuto seguinte viram [[Fernando Peyroteo|Peyroteo]] fixar o resultado final em 3-1, com um remate na passada depois de uma bela fugida de [[Jesus Correia]].
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Estava assim garantida a 18ª vitória do Sporting no Campeonato de Lisboa, com o selo do suspeito do costume, que regressara à competição neste jogo, depois de uma longa ausência por lesão.
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Reza a história que no fim [[João Azevedo]] foi passeado em ombros pelos companheiros, e que até os adeptos adversários se renderam e aplaudiram o heroísmo daquele que ficara conhecido pelo "Gato de Frankfurt", depois de outra exibição histórica, essa ao serviço da Selecção Nacional em 1938.
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[[1946-11-17 Benfica – SPORTING|'''Ficha do jogo''']]
  
 
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[[Usuário:To-mane|To-mane]] 23h18min de 17 de Outubro de 2008 (WEST)
  
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Edição atual desde as 14h16min de 11 de dezembro de 2020

Azevedo de braço ao peito carregado em ombros no fim do jogo

Na época de 1946/47 o Campeonato de Lisboa teve a sua 41ª e última edição enquanto prova que dava acesso ao Campeonato Nacional, e mais uma vez a competição foi disputada ombro a ombro entre Sporting e Benfica, que chegaram à última jornada empatados em pontos, com o aliciante de se defrontarem nessa ronda, onde se iria decidir quem era o último Campeão Regional de Lisboa da era que terminava ali.

O jogo disputou-se a 17 de Novembro de 1946, no Campo Grande que na altura era a casa do Benfica, que tinha vantagem na diferença de golos, pelo que lhe bastava o empate para ganhar a competição.

O Sporting vencia por 1-0 com um golo de Jesus Correia aos 40 minutos, quando o guarda-redes João Azevedo se lesionou gravemente numa clavícula e teve de sair. Como na altura não eram permitidas substituições, Jesus Correia foi para a baliza, posição que ocupou no pouco tempo que faltava para o intervalo.

Na 2ª parte foi a vez de Veríssimo calçar as luvas e o Benfica aproveitando a vantagem numérica, atacou ferozmente a baliza leonina, obrigando o improvisado guarda redes do Sporting a duas boas defesas.

Eram decorridos 12 minutos da 2ª parte, quando João Azevedo sentindo que o Sporting com menos um estava a fraquejar, prontificou-se a regressar à baliza, embora visivelmente limitado no seu braço esquerdo, mas disposto a fazer o seu papel na defesa da vantagem adquirida.

5 minutos depois na sequência de mais uma descida do ataque do Benfica, Arsénio desfere um remate forte e rasteiro para o lado manco do guarda redes do Sporting, que não consegue evitar o golo do empate. Parecia que o destino do Campeonato estava traçado, até porque João Azevedo saiu ainda mais limitado dessa jogada.

Mas foi de braço ao peito que Azevedo aguentou firme até ao fim do jogo sem sofrer mais golos. E aqui entramos na parte que se tornou lendária e que foi contada por quem viu e repetida vezes sem fim por quem ouvia descrever a forma inacreditável como João Azevedo tinha defendido um portentoso remate de Espírito Santo ao ângulo, com um espantoso voo e desviando a bola para canto com o braço que não estava lesionado.

E se na baliza João Azevedo foi herói, lá na frente os avançados do Sporting também não deixaram os seus créditos por pés alheios, e a 5 minutos do fim Albano colocou o Sporting em vantagem no marcador, com um remate bem colocado que bateu no poste e entrou na baliza para delírio dos sportinguistas, que logo no minuto seguinte viram Peyroteo fixar o resultado final em 3-1, com um remate na passada depois de uma bela fugida de Jesus Correia.

Estava assim garantida a 18ª vitória do Sporting no Campeonato de Lisboa, com o selo do suspeito do costume, que regressara à competição neste jogo, depois de uma longa ausência por lesão.

Reza a história que no fim João Azevedo foi passeado em ombros pelos companheiros, e que até os adeptos adversários se renderam e aplaudiram o heroísmo daquele que ficara conhecido pelo "Gato de Frankfurt", depois de outra exibição histórica, essa ao serviço da Selecção Nacional em 1938.

Ficha do jogo

To-mane 23h18min de 17 de Outubro de 2008 (WEST)