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Edição atual desde as 21h26min de 27 de outubro de 2020

Gerência anterior:
A Gerência 1952
Gerência seguinte:
A Gerência 1954

No dia 23 de Janeiro de 1953 foi eleita uma nova Direcção, com a seguinte constituição:

Cargo Nome Observações
Presidente Carlos Cecílio Góis Mota
Vice Presidente Orlando Valadão Chagas
Tesoureiro Luís Vasques Lopes Faleceu em Setembro de 1953
Tesoureiro Francisco Gonçalves Franco
Tesoureiro Augusto Martins Desde 30 de Outubro de 1953
Secretário Geral Francisco Silva
Secretário Adjunto Afonso Salcedo Fernandes
Vogal Efectivo Mário José da Silva Garcia
Vogal Efectivo Horácio da Gama Tavares
Vogal Efectivo Manuel da Silva Júnior
Vogal Suplente Carlos Queiroga Tavares
Vogal Suplente António da Costa Holbeche
A Sala de Troféus
A Taça O Século
O monumental cortejo no Dia do Sporting
A homenagem a Manuel Marques
A homenagem a Góis Mota

A doença obrigou Ribeiro Ferreira a afastar-se, ele que viria a morrer em 13 de Fevereiro de 1953, precisamente o dia da tomada de posse do seu sucessor, que naturalmente foi Carlos Cecílio Góis Mota, que tinha sido até ai o seu nº 2.

Mudara o líder, mas o rumo mantinha-se e Góis Mota chegou à Presidência do Sporting Clube de Portugal prometendo continuar o trabalho do seu antecessor e determinado a concretizar as obras em curso na Sede e no Estádio.

No dia 28 de Março foram inaugurados os melhoramentos na Sede com destaque para a nova sala de troféus, mas que envolviam também o alargamento do ginásio, a ampliação dos serviços médicos, um salão café e novas salas de visitas, de jogos, para os órgãos sociais e para as senhoras. À entrada depois de transposto o portão gradeado e com dois brasões a verde e ouro, no cimo da escadaria de mármore, o novo lema do Clube de autoria do Presidente: "Esforço, Dedicação, Devoção e Glória! Eis o Sporting!"

Foi também nesta altura que Góis Mota expôs aos sportinguistas a situação das obras do estádio, reconhecendo que o projeto anterior era exíguo para as necessidades de um Clube da grandeza do Sporting, isto numa altura em que o FC Porto tinha acabado de inaugurar o Estádio das Antas, enquanto o Benfica se preparava para avançar para a construção do Estádio da Luz.

Sendo o Sporting um Clube marcadamente eclético, foi decidido que deveria ter um Estádio Olímpico, com pistas de Atletismo e de Ciclismo e até com instalações que permitissem a realização de provas de motociclismo e de automobilismo. A nova configuração e o aumento da capacidade deste projeto, implicavam a ocupação dos terrenos da Quinta da Vitória que iriam ser expropriados pela Câmara Municipal e a cedência de outros terrenos que estavam ocupados pela Sociedade de Tiro nº 2, com a qual foi possível estabelecer um entendimento e ainda de outros que eram pertença de José Roquete que teve a gentileza de facilitar a resolução do problema.

Assim o inicio das obras sofreu um atraso de vários meses, mas aguardava-se que fosse para breve e, a sua primeira fase previa a construção da bancada central com 11760 lugares, incluindo os camarotes e as tribunas e, das bancadas dos topos norte e sul com uma capacidade total de 20000 lugares, tudo isto com um custo estimado em cerca de 17 mil contos, 3 mil dos quais seriam provenientes do Estado, estimando-se a faturação de cerca de 7 mil contos na venda de lugares cativos e de camarotes e de mais 2 mil contos provenientes da campanha "Lagartos" que na altura já tinha rendido 400 contos. Para uma fase posterior estava prevista a construção da a segunda bancada central no lugar do peão, estimando-se que a obra atingisse o custo final de 25 mil contos.

Por outro lado com estas condições a Direção estabeleceu como meta chegar aos 20 mil sócios, numa altura em que o Clube atingira uma dimensão enorme em termos de prestigio e popularidade, principalmente graças aos feitos da sua equipa de Futebol que nesta época ganhou o seu 8º Campeonato Nacional, que era simultaneamente o seu 2º tri-campeonato, sucessos amplamente exaltados com o "Dia do Sporting", uma festa inesquecível onde foram entregues à equipa Campeã Nacional as taças O Século, Clipper e Federação, antes de um jogo a contar para a Taça de Portugal onde o Sporting derrotou a Académica por 3-0, seguindo-se um monumental cortejo até à Praça do Município, com Lisboa a aclamar os seus Campeões de uma forma nunca antes vista, que os rivais apelidaram de "carnavalesca" mas que brevemente iriam imitar.

Apesar destes sucessos o treinador inglês Randolph Galloway abandonou o Clube em Maio, sendo substituído Joseph Szabo que regressava a casa oito anos depois. E no final do ano foi a vez do orientador técnico Álvaro Cardoso abandonar para dar lugar a Tavares da Silva, alterações que mexeram com a equipa mas não a tiraram do caminho das vitórias.

O prestigio do Sporting tinha também galgado fronteiras e o Clube voltou a ser convidado para participar num torneio octogonal que se disputou no Brasil, onde desta feita o Sporting não foi feliz, tal como já havia acontecido na Taça Latina que mais uma vez escapou à voracidade dos Leões, muito por culpa do desgaste e das lesões que assolaram a equipa no final da época.

Daqui resultou que a Direção tivesse decidido que era necessário formar uma equipa de Reservas com um valor aproximado ao do grupo dos titulares, e outra de Aspirantes que acolhesse os jovens valores provenientes dos Juniores, o que implicava um maior investimento na contratação de jogadores e respetivos prémios, principalmente numa altura em que o valor das transferências estava muito inflacionado, sendo que para tal foi criado um Fundo de Aquisições apelando-se à contribuição dos sócios.

Em Julho a Direção convidou os seus associados para uma reunião a realizar no salão da Sede, onde para além de saudar a comitiva acabada de chegar do Brasil, prometia dar algumas novidades sobre a vida do Clube. A afluência foi tal que o evento teve de ser transferido para o Campo do Passadiço, onde Góis Mota anunciou que a resolução dos problemas referentes aos terrenos a oeste do campo de futebol estava bem encaminhada pelo que o projeto do Estádio já tinha dado entrada na Câmara. Para além disso o Presidente informou que os dividendos resultantes dos jogos no Brasil iriam permitir o arranque de uma nova fase nas obras da Sede.

Se o Futebol continuava a ser a modalidade que fazia pulsar o coração dos sportinguistas, o ecletismo não deixava de ser a imagem de marca do Clube que continuou a crescer somando triunfos em quase todas as secções que tinha em atividade. Assim o Andebol voltou os títulos na variante de 11, continuando a sua senda vitoriosa na recém introduzida versão de 7, havendo ainda a registar triunfos em modalidades como Râguebi, Voleibol, Ténis de Mesa, Ténis e até no Bilhar uma secção que foi reorganizada neste ano. O Atletismo e o Ciclismo continuaram a somar títulos embora sem o brilho de anos anteriores. Natação, Patinagem e Tiro também contribuíram com algumas vitórias, enquanto o Motorismo continuou a ser uma secção de sucesso, tal como a Ginástica que atingiu o impressionante número de 477 alunos. O Basquetebol não obteve resultados brilhantes mas foram lançadas as bases que garantiram os sucessos dos anos que se seguiram.

Esta gerência deu seguimento à reforma dos serviços administrativos elaborando para tanto o Regulamento Geral do Clube, um instrumento precioso para reger as secções desportivas, a secretaria, a contabilidade, a tesouraria, o jornal, as instalações desportivas e sociais, o Conselho Geral e as diversas comissões dele emanadas, nomeadamente a Comissão de Obras e Melhoramentos presidida por Manuel Carvalho Brito das Vinhas; a Comissão de Finanças presidida por Joaquim Oliveira Duarte; a Comissão de Contencioso e Sindicância presidida por Artur de Campos Figueira; a Comissão de Relações Externas presidida por Fernando Vaz Lacerda e a Comissão de Propaganda presidida por Diogo Alves Furtado.

Em termos financeiros o exercício de 1953 resultou num lucro de 221.411$12. A atividade desportiva tinha nesta altura um custo de cerca de 2818 contos, dos quais mais de 2293 foram para o Futebol, sendo que a assistência e subvenção aos jogadores custava 753 contos, enquanto para os treinadores iam 166 contos. Em termos de receitas o Futebol gerou 2111 contos o que significava um deficit de 182 contos, que ascendia aos 622 contos no que diz respeito a toda a atividade desportiva do Clube. O Ciclismo era a segunda modalidade mais cara com um custo de quase 160 contos, enquanto o Ténis era a única secção a dar lucro, num ano em que o Sporting gastou mais de 637 contos na renovação dos seu quadros atléticos. Os gastos gerais ultrapassaram os 976 contos, enquanto as despesas com o campo atlético ascenderam aos 384 contos e o Jornal Sporting deu um prejuízo de 52 contos. A principal receita continuou a ser a cotização que atingiu os 1920 contos, num ano em que houve um ligeiro decréscimo no número de associados, que no final de 1953 eram 13223.

Nesta gerência entrou em funcionamento a Comissão da Sede, Campo e Propaganda (SCP) liderada por Mário da Cunha Rosa e por Robalo Cardoso, que produziu um relevante trabalho em áreas tão diversas como a orientação das excursões turísticas no acompanhamento das equipas do Sporting, festivais desportivos, festas na Sede, angariação de fundos para as obras, a reposição da revista "O Solar dos Leões", ou a reorganização da secção de cinema com a compra de uma maquina de projeção de grande qualidade. Foi também nesta altura que foi criado o Hino do Sporting cuja música foi composta pelo Maestro Flaviano Rodrigues e a letra escrita por Ramiro Guedes de Campos.

O movimento das Filiais continuou a crescer, num ano em que foi fundado o Solar dos Leões no Porto, sem esquecer a criação de diversos núcleos sportinguistas em vários bairros e empresas de Lisboa.

No dia 19 de Outubro de 1953 realizou-se uma festa de homenagem ao histórico massagista do Sporting Manuel Marques que era considerado o 12º jogador da equipa, a quem foi entregue uma camisola com o nº 12.

No dia 30 do mesmo mês foi eleito o terceiro Conselho Geral com a missão de designar um novo Presidente para o Clube, uma vez que Góis Mota tinha acabado de anunciar a sua decisão de abandonar o cargo no final deste mandato, alegando cansaço e razões pessoais, sendo que nessa altura surgiu o nome de Campos Figueira como o seu provável sucessor.

No final do ano por sugestão do tesoureiro Francisco Franco, foi lançada a campanha "As Broas do Sporting" que propunha que os sócios oferecessem ao Clube o pagamento antecipado da última prestação da compra da Sede, aproveitando para o efeito a época natalícia. A campanha estendeu-se pelos meses seguintes e em Maio de 1954, quando o pagamento foi concretizado, já tinham sido apurados mais de 54 contos.

Os maus resultados da equipa de Futebol no final de 1953 provocaram alguma contestação que contribuiu para que Góis Mota reforçasse a sua vontade de abandonar a Presidência do Clube, sendo secundado nessa intenção por Palma Carlos e Carlos Farinha que chegaram a apresentar os seus pedidos de demissão, no entanto com a entrada do novo ano a tempestade amainou e o Conselho Geral conseguiu convencer "os três Carlos" a continuarem à frente dos destinos do Sporting, o que se veio a confirmar na Assembleia Geral do dia 12 de Fevereiro de 1954, onde foram aprovados por aclamação o Relatório Contas desta gerência e uma proposta de alteração estatutária no que diz respeito à orgânica da Direção, numa manifestação de grande unidade da família sportinguista.

To-mane 23h50min de 26 de Outubro de 2011 (WEST)