Diferenças entre edições de "Basquetebol 1956/57"

Edição atual desde as 12h10min de 21 de outubro de 2024

Apenas Campeões de Lisboa

Nas três épocas anteriores o Basquetebol do Sporting tinha ganho dois Campeonatos Nacionais e uma Taça de Portugal. Este ano, teve que se contentar com o Campeonato Regional de Lisboa, e com os títulos de Campeão Regional de 2ª e 3ª categorias. No entanto, a equipa continuou a demonstrar a sua qualidade, que levou a que nesta época e na anterior não tivesse perdido nenhum jogo contra equipas de Lisboa. Os problemas maiores foram a diminuição de rendimento em ambientes adversos, comum nos jogos fora, e a falta de suplentes devido aos muitos torneios que envolveram as categorias secundárias.

O treinador Mário Lemos manteve-se à frente da equipa. Introduziu uma mudança na calendarização: no ano anterior tinha começado os treinos cerca de três semanas antes do início das competições, o que tinha levado ao aparecimento de saturação física a meio do Campeonato Nacional. Nesta época começou a preparação mais tarde com o objectivo de atingir o pico de forma precisamente no Campeonato Nacional.

O Sporting continuou a jogar à zona, quando as grandes equipas internacionais jogavam homem a homem, sistema que era já adoptado por muitas equipas portuguesas. Quando o Sporting tentou jogar com marcação homem a homem, a qualidade do jogo ressentiu-se; mas a insistência na marcação à zona acabaria por ter reflexos em confronto contra equipas boas.

Em qualquer dos casos, o Sporting fez um Campeonato Distrital fulgurante, com 14 vitórias em 14 jogos e batendo o recorde de diferença de pontos que tinha estabelecido na época anterior.

E tal como previsto, os jogadores estava em plena forma no Campeonato Nacional da Divisão de Honra, o 1º escalão nacional. No entanto, o Campeonato foi interrompido durante um mês, e com Fonte Santa, José Almeida, António Feu, e Abílio Ascenso convocados (o maior número entre todos os clubes), a equipa ressentiu-se. Um dos factores foi a liberdade que os jogadores tiveram durante as estadias em Paris e Madrid, e a consequência foi que regressaram em pior forma do que tinham ido. A isto somou-se o facto de a equipa base ser composta por apenas 5 ou 6 elementos, com poucos suplentes disponíveis visto as categorias inferiores terem muitos jogos e torneios para disputar. A partir daqui, as más exibições sucederam-se, deitando a perder tanto o Campeonato Nacional como a Taça de Portugal, onde o Sporting foi derrotado nos 1/4 de final pelo vencedor, o Barreirense que assim conseguiu a dobradinha.

Nesta época a arbitragem conheceu um grande retrocesso. As comissões central e distrital de arbitragem não funcionaram, e a nomeação dos árbitros ficou a cargo de alguns dirigentes associativos e federativos. Foram afastados vários árbitros com experiência, e indicados outros. Em particular, os jogos decisivos foram entregues a árbitros sem regularidade. Aconteceram outros factos estranhos no Campeonato Nacional, como um mesmo árbitro ter acompanhado praticamente todas as deslocações de um dos clubes em competição.

Em junho foram introduzidas as novas regras decididas pela Federação Internacional de Basquetebol aquando dos Jogos Olímpicos de Melbourne, entre as quais o limite de 30 segundos para tentar um lançamento, e de 5 segundos para um jogador ter a bola em seu poder.

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