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| O Sporting já não ganhava o Campeonato há cinco épocas e começara a temporada [[1979/80]] sem Direção, nem treinador e, como se tudo isto não bastasse, em Novembro [[Rodrigues Dias]], o adjunto promovido a primeiro responsável pela equipa, foi suspenso, tendo o comando técnico sido entregue a [[Fernando Mendes]], o treinador dos Juniores. | | O Sporting já não ganhava o Campeonato há cinco épocas e começara a temporada [[1979/80]] sem Direção, nem treinador e, como se tudo isto não bastasse, em Novembro [[Rodrigues Dias]], o adjunto promovido a primeiro responsável pela equipa, foi suspenso, tendo o comando técnico sido entregue a [[Fernando Mendes]], o treinador dos Juniores. |
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− | Neste cenário ninguém contava com o Sporting para a luta pelo título, mas o grupo uniu-se e depois de 9 vitórias consecutivas chegou a liderar a classificação com os mesmos pontos do bicampeão e grande favorito, o FC Porto. No entanto, um empate em Portimão isolou os portistas no comando do Campeonato, pelo que o clássico da 27ª jornada, marcado para o 11 de Maio de 1980, no Estádio da Antas, era olhado como o grande momento da consumação do anunciado tricampeonato do FC Porto de José Maria Pedroto. | + | Neste cenário ninguém contava com o Sporting para a luta pelo título, mas o grupo uniu-se e depois de 9 vitórias consecutivas chegou a liderar a classificação com os mesmos pontos do bicampeão e grande favorito, o FC Porto. No entanto, [[1980-03-30 Portimonense – SPORTING|um empate em Portimão]] isolou os portistas no comando do Campeonato, pelo que o clássico da 27ª jornada, marcado para o 11 de Maio de 1980, no Estádio da Antas, era olhado como o grande momento da consumação do anunciado tricampeonato do FC Porto de José Maria Pedroto. |
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| A festa estava preparada e nem a chuva afastou os cerca de 80 mil portistas que encheram as Antas, criando um ambiente infernal de grande pressão sobre a equipa adversária e o trio de arbitragem, formado pelos internacionais António Garrido, Mário Luís e César Correia, que estavam nomeados para a Final da Taça dos Campeões Europeus que se iria disputar em Madrid. | | A festa estava preparada e nem a chuva afastou os cerca de 80 mil portistas que encheram as Antas, criando um ambiente infernal de grande pressão sobre a equipa adversária e o trio de arbitragem, formado pelos internacionais António Garrido, Mário Luís e César Correia, que estavam nomeados para a Final da Taça dos Campeões Europeus que se iria disputar em Madrid. |
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| Em confronto estavam dois estilos de jogo diametralmente opostos. De um lado o futebol rendilhado e muito técnico de Pedroto, do outro o jogo direto e mais físico defendido por [[Fernando Mendes]]. Foi pois com naturalidade que o FC Porto assumiu iniciativa do jogo, ao que o Sporting respondia com a raça dos seus Leões na defesa, sem nunca se esquecer do contra ataque objetivo e venenoso. | | Em confronto estavam dois estilos de jogo diametralmente opostos. De um lado o futebol rendilhado e muito técnico de Pedroto, do outro o jogo direto e mais físico defendido por [[Fernando Mendes]]. Foi pois com naturalidade que o FC Porto assumiu iniciativa do jogo, ao que o Sporting respondia com a raça dos seus Leões na defesa, sem nunca se esquecer do contra ataque objetivo e venenoso. |
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− | O intervalo chegou com zero a zero, mas logo a seguir ao recomeço [[Manuel Fernandes]] conseguiu roubar uma bola a Freitas e meteu de imediato em [[Jordão]], que descobriu um buraco na defesa portista por onde lançou [[Carlos Freire]], que se desmarcara oportunamente para inaugurar o marcador com um remate certeiro, ele que só estava em campo devido a uma lesão de última da hora de [[Manoel]]. | + | O intervalo chegou com zero a zero, mas logo a seguir ao recomeço [[Manuel Fernandes]] conseguiu roubar uma bola a Freitas e meteu de imediato em [[Jordão]], que descobriu um buraco na defesa portista por onde lançou [[Carlos Freire]], que se desmarcara oportunamente para inaugurar o marcador com um remate certeiro, ele que só estava em campo devido a uma lesão de última hora de [[Manoel]]. |
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− | Estava entornado o caldo. A partir daí valeu tudo, espetadores dentro do campo, jogadores do Sporting e árbitros apertados e insultados e até a Polícia entrou na festa. Mesmo assim os estoicos Leões resistiram a quase tudo e não fosse Mário Luís (o tal árbitro que tinha ido com o Sporting à China e que estava a desempenhar as funções de fiscal de linha) ter sido obrigado a anular um golo limpo a [[Manuel Fernandes]], o Sporting teria chegado ao 0-2, arrumando logo ali a questão do Campeonato, algo que naquele tempo era quase impossível acontecer naquele estádio. | + | Estava entornado o caldo. A partir daí valeu tudo, espetadores dentro do campo, jogadores do Sporting e árbitros apertados e insultados e até a Polícia entrou na festa. Mesmo assim os estoicos Leões resistiram a quase tudo e não fosse Mário Luís (o tal árbitro que tinha ido com o Sporting à China e que estava a desempenhar as funções de fiscal de linha) ter sido obrigado a anular um golo limpo a [[Manuel Fernandes]], o Sporting teria chegado ao 0-2, arrumando logo ali a questão do Campeonato, algo que naquele tempo era quase impossível acontecer no Porto. |
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| A cerca de um quarto de hora do fim o brasileiro Biffe mergulhou para a piscina das Antas e Garrido não teve outro remédio senão marcar penálti. Apesar de rodeado por centenas de espetadores que se acantonavam à volta da sua baliza, [[António Vaz]] defendeu o remate de [[António Oliveira]], mas [[Romeu Silva]] fez o golo do empate na recarga, partindo claramente de dentro da área para conseguir o remate vitorioso. | | A cerca de um quarto de hora do fim o brasileiro Biffe mergulhou para a piscina das Antas e Garrido não teve outro remédio senão marcar penálti. Apesar de rodeado por centenas de espetadores que se acantonavam à volta da sua baliza, [[António Vaz]] defendeu o remate de [[António Oliveira]], mas [[Romeu Silva]] fez o golo do empate na recarga, partindo claramente de dentro da área para conseguir o remate vitorioso. |
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− | Houve espetadores que invadiram o campo e foi mesmo um popular quem colocou a bola no centro do relvado, como que a dizer quem é que mandava ali. O Sporting já não conseguiu reagir e para o FC Porto o empate era um mal menor, pelo que assim tudo apontava para a consumação do até aí inédito tricampeonato portista. No fim o Sporting queixava-se da arbitragem, enquanto o Porto se lamentava das duas bolas atiradas aos ferros da baliza leonina. No entanto quem fez a festa antecipadamente teve de apanhar as canas. | + | Houve espetadores que invadiram o campo e foi mesmo um popular quem colocou a bola no centro do relvado, como que a dizer quem é que mandava ali. O Sporting já não conseguiu reagir e para o FC Porto o empate era um mal menor, pelo que assim tudo apontava para a consumação do até aí inédito tricampeonato portista. |
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| + | No fim o Sporting queixava-se da arbitragem, enquanto o Porto se lamentava das duas bolas atiradas aos ferros da baliza leonina. No entanto quem fez a festa antecipadamente teve de apanhar as canas. |
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FC Porto 1 - Sporting 1
O Sporting já não ganhava o Campeonato há cinco épocas e começara a temporada 1979/80 sem Direção, nem treinador e, como se tudo isto não bastasse, em Novembro Rodrigues Dias, o adjunto promovido a primeiro responsável pela equipa, foi suspenso, tendo o comando técnico sido entregue a Fernando Mendes, o treinador dos Juniores.
Neste cenário ninguém contava com o Sporting para a luta pelo título, mas o grupo uniu-se e depois de 9 vitórias consecutivas chegou a liderar a classificação com os mesmos pontos do bicampeão e grande favorito, o FC Porto. No entanto, um empate em Portimão isolou os portistas no comando do Campeonato, pelo que o clássico da 27ª jornada, marcado para o 11 de Maio de 1980, no Estádio da Antas, era olhado como o grande momento da consumação do anunciado tricampeonato do FC Porto de José Maria Pedroto.
A festa estava preparada e nem a chuva afastou os cerca de 80 mil portistas que encheram as Antas, criando um ambiente infernal de grande pressão sobre a equipa adversária e o trio de arbitragem, formado pelos internacionais António Garrido, Mário Luís e César Correia, que estavam nomeados para a Final da Taça dos Campeões Europeus que se iria disputar em Madrid.
Em confronto estavam dois estilos de jogo diametralmente opostos. De um lado o futebol rendilhado e muito técnico de Pedroto, do outro o jogo direto e mais físico defendido por Fernando Mendes. Foi pois com naturalidade que o FC Porto assumiu iniciativa do jogo, ao que o Sporting respondia com a raça dos seus Leões na defesa, sem nunca se esquecer do contra ataque objetivo e venenoso.
O intervalo chegou com zero a zero, mas logo a seguir ao recomeço Manuel Fernandes conseguiu roubar uma bola a Freitas e meteu de imediato em Jordão, que descobriu um buraco na defesa portista por onde lançou Carlos Freire, que se desmarcara oportunamente para inaugurar o marcador com um remate certeiro, ele que só estava em campo devido a uma lesão de última hora de Manoel.
Estava entornado o caldo. A partir daí valeu tudo, espetadores dentro do campo, jogadores do Sporting e árbitros apertados e insultados e até a Polícia entrou na festa. Mesmo assim os estoicos Leões resistiram a quase tudo e não fosse Mário Luís (o tal árbitro que tinha ido com o Sporting à China e que estava a desempenhar as funções de fiscal de linha) ter sido obrigado a anular um golo limpo a Manuel Fernandes, o Sporting teria chegado ao 0-2, arrumando logo ali a questão do Campeonato, algo que naquele tempo era quase impossível acontecer no Porto.
A cerca de um quarto de hora do fim o brasileiro Biffe mergulhou para a piscina das Antas e Garrido não teve outro remédio senão marcar penálti. Apesar de rodeado por centenas de espetadores que se acantonavam à volta da sua baliza, António Vaz defendeu o remate de António Oliveira, mas Romeu Silva fez o golo do empate na recarga, partindo claramente de dentro da área para conseguir o remate vitorioso.
Houve espetadores que invadiram o campo e foi mesmo um popular quem colocou a bola no centro do relvado, como que a dizer quem é que mandava ali. O Sporting já não conseguiu reagir e para o FC Porto o empate era um mal menor, pelo que assim tudo apontava para a consumação do até aí inédito tricampeonato portista.
No fim o Sporting queixava-se da arbitragem, enquanto o Porto se lamentava das duas bolas atiradas aos ferros da baliza leonina. No entanto quem fez a festa antecipadamente teve de apanhar as canas.
To-mane (discussão) 11h40min de 4 de setembro de 2024 (WEST)
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