Diferenças entre edições de "Basquetebol 1966/67"

Revisão das 18h16min de 31 de outubro de 2021

Bicampeões de Lisboa

António Fuschini, pertencente à Direcção do Sporting tomou as rédeas do pelouro de Basquetebol do Sporting em meados de 1966. Muito mais interventivo do que era comum, foi um autêntico líder da secção. Um dos seus primeiros actos foi decidir que Guilherme Bernardes não devia continuar como treinador, em parte devido ao elevado vencimento que auferia, mas na realidade por o técnico se ter incompatibilizado com muitos jogadores, por ter uma exigência a que os jogadores não estavam habituados, em termos de regularidade nos treinos, visto que muitos jogadores confundiam o amadorismo com a incúria na preparação, só indo aos treinos a que queriam. Foi substituído por Hermínio Barreto, antigo jogador que já tinha demonstrado ter capacidades como treinador. Carlos Hilário foi inicialmente designado seu adjunto, mas uma mudança para Coimbra gorou esse plano. José Luís Lacerda regressou como director à secção, que foi inteiramente remodelada.

Uma das cinco vitórias contra o Benfica

Deram-se várias saídas de jogadores, motivadas pela remodelação da secção, desde sempre considerada amadora mas sobrecarregada com despesas de representação que se tornavam incomportáveis para as possibilidades do Clube. Alguns dos jogadores foram para outros clubes, enquanto que outros abandonaram a prática da modalidade. O treinador adoptou a marcação à zona.

O Campeonato Regional de Lisboa não podia ter corrido melhor. Hermínio Barreto, para além de orientar a equipa, também jogou, Ernesto Ferreira da Silva e Fausto Santos regressaram, e jogadores como José Valente, António Pratas, António Encarnação, e Edgar Vital continuaram na equipa, que apenas viu um novo jogador ascender à primeira categoria. Assim, o Sporting sagrou-se bicampeão de Lisboa, contando por vitórias os 14 jogos disputados. Foi o 8º Campeonato Regional conquistado.

A preparação para o Campeonato Nacional foi marcada pelas ausências frequentes de António Encarnação, António Pratas e Ernesto Ferreira da Silva, a cumprirem o serviço militar, sobrando apenas 5 ou 6 elementos que treinavam em dias e horas irregulares. A preparação decorreu assim sem método e de forma irregular, com o treinador a chamar juniores. Mesmo assim, o Sporting acabou por formar uma equipa base coesa, mesmo que prejudicada pelas ausências frequentes. Acabou a zona Sul em 1º lugar, tendo perdido apenas dois jogos, ambos na 1ª volta.

Na fase final, disputada em Coimbra, deu-se no entanto o golpe de teatro. No jogo decisivo, contra a Académica, a mesa subtraiu 6 pontos ao Sporting de forma incompreensível, e com jogadores, jornalistas, e mesmo membros de outras equipas a protestarem e a avisarem a mesa do erro, sem no entanto esta o reconhecer. O próprio jornal do Benfica disse depois “Os briosos atletas de Alvalade, que lutaram com as suas melhores armas, com honestidade de processos, foram escandalosamente prejudicados por uma decisão, que ainda hoje estamos para saber como apareceu, completamente parcial, visando a sua derrota. Assim não! O Desporto não pode estar sujeito a tais situações”. Foi marcado um jogo de repetição, ao qual o Sporting não compareceu, por a sua exigência de o jogo se realizar em campo neutro não ter sido aceite.

Equipa feminina formada no fim da época

Na Taça de Portugal, o Sporting encontrou na primeira eliminatória o Benfica, que já tinha derrotado cinco vezes durante a época; mas à sexta finalmente acabou por perder, num jogo mal disputado e com muitas faltas não assinaladas.

Os juniores sagraram-se pentacampeões regionais, e venceram o Campeonato Metropolitano e o Campeonato Nacional, em ambos os casos apenas com vitórias na fase final. Destacaram-se jogadores como José Augusto, Manuel Sobreiro, Frederico Mesquita, e Carlos Sousa.

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