Diferenças entre edições de "2010/11"

Revisão das 01h09min de 7 de dezembro de 2020

A 36 pontos do Campeão

Depois de uma temporada decepcionante que ficou marcada pelo fim do ciclo Paulo Bento, o Sporting arrancou para a nova época com renovadas esperanças sob o comando de Costinha, um Director Desportivo com poderes reforçados, que apostou em Paulo Sérgio, um jovem treinador português com pouco currículo, e optou pela contratação de alguns jogadores experientes, como o veterano Maniche, o guarda-redes alemão Hildebrand, o internacional chileno Jaime Valdés e o lateral esquerdo brasileiro Evaldo, este contratado ao Sp. Braga.

Mas a agitação começou logo no inicio de temporada, com a transferência de João Moutinho para o FC Porto, a troco de 11 milhões € e do passe do central Nuno André Coelho, uma situação invulgar, justificada pelo Presidente José Eduardo Bettencourt, que apelidou de “maçã podre” o até aí Capitão da equipa leonina, que deixou a braçadeira para o jovem Daniel Carriço.

Para além disso o Sporting vendeu Miguel Veloso ao Génova de Itália, de onde veio o espanhol Alberto Zapater, e Tonel ao Dínamo de Zagreb, contratando para o lugar deste, Marco Torsiglieri, um argentino pouco conhecido.

Estas alterações visavam essencialmente dar experiência à equipa, e acrescentar-lhe alguns centímetros, principalmente na defesa, porque para o ataque nunca chegou o tal "pinheiro" que o treinador tanto pediu.

No entanto o grande reforço acabou por ser o jovem André Santos, que estava emprestado ao União de Leiria, e a surpresa foi Diogo Salomão, um jovem extremo esquerdo descoberto no Real Massamá, e que entusiasmou o treinador Paulo Sérgio.

A lista de emprestados foi engrossada por jogadores como Sinama Pongolle, Adrien Silva, Pereirinha, Pedro Silva, Ricardo Baptista e Mexer, enquanto Marco Caneira se recusou a sair, ficando a treinar à parte e Marat Izmailov voltou à mesa de operações, ficando afastado durante quase toda a temporada.

A época arrancou com duas pré-eliminatórias da Liga Europa, e o Sporting começou por afastar o Nordsjaelland da Dinamarca, mas seguiram-se duas derrotas: em Paços de Ferreira para a 1ª jornada do Campeonato e em Alvalade frente ao Brondby, valendo então uma espectacular reviravolta em nova deslocação à Dinamarca, para acalmar os primeiros focos de contestação ao treinador.

Mas no Campeonato a equipa nunca se encontrou, atrasando-se rapidamente e de forma irreversível, em relação aos outros dois grandes, enquanto ia conseguindo alguns bons resultados na Liga Europa, onde ganhou em França ao Lille, e goleou o Gent e o Lewski em Alvalade, garantindo o apuramento para a fase seguinte, apesar das derrotas sofridas na Bélgica e na Bulgária.

Em Dezembro o Sporting é afastado da Taça de Portugal em Setúbal, depois de ter eliminado o Estoril e o Paços de Ferreira, e pouco depois José Eduardo Bettencourt anuncia uma nova mudança no departamento de futebol, ao contratar José Couceiro para o lugar de Director-Geral, num claro esvaziamento dos poderes de Costinha, que dois meses depois foi afastado, após ter dado uma entrevista polémica à SportTV, onde entre outras coisas criticou a venda de Liedson ao Corintihans, que tinha ocorrido na reabertura do mercado, quando o Sporting apenas foi capaz de contratar o brasileiro Cristiano, um extremo esquerdo que Paulo Sérgio conhecia dos tempos em que trabalhara no Paços de Ferreira, mas que não servia para compensar a saída de um jogador importante como o "levezinho".

Entretanto e perante os constantes maus resultados e a crescente contestação, já o Presidente José Eduardo Bettencourt tinha anunciado a sua demissão, o que originou a marcação de eleições para o dia 26 de Março, e um consequente agitado processo eleitoral eleitoral, que levaria Godinho Lopes à Presidência do Clube.

Quem também já estava debaixo de fogo cerrado era o treinador Paulo Sérgio, que se queixava com alguma razão de falta de sorte, que de resto poderia ser atestada pelo excesso de pontaria dos seus jogadores, que acertaram mais de trinta vezes nos ferros das balizas adversarias, mas também não era menos verdade, que o técnico leonino nunca conseguira estabilizar a sua equipa, muito por culpa das constantes mudanças que ia introduzindo no onze e no modelo de jogo.

E se as coisas estavam mal, pior ficaram quando o Sporting foi eliminado em Alvalade da Liga Europa pelo Glasgow Rangers, sofrendo um golo inacreditável já em período de descontos, o que acabou por obrigar o Presidente interino Nobre Guedes, a despedir o treinador Paulo Sérgio, convencendo José Couceiro a levar a equipa até ao fim da época.

O novo treinador estreou-se com uma derrota na Luz frente ao Benfica, nas meias-finais da Taça da Liga, onde o Sporting tinha começado por ganhar o seu grupo, não sem que antes Alberto Cabral tivesse assegurado a transição, noutro jogo que o Sporting também perdeu, desta vez na Madeira frente ao Nacional, e assim no inicio de Março já o Clube estava arrumado de todas as competições.

Restava então ao Sporting defender o 3º lugar no Campeonato, numa corrida que só se resolveu na ultima jornada, com uma vitória em Braga, que permitiu aos Leões ultrapassarem o seu adversário directo nessa disputa, precisamente o clube orientado por Domingos Paciência, o treinador escolhido pela nova Direcção, para a época seguinte.

Terminava assim a temporada com o triste consolo do 3º lugar, mas com uns impensáveis 36 pontos de atraso em relação ao Campeão, 22 dos quais perdidos em Alvalade, tendo Sporting somado apenas 48 pontos, que correspondiam a 13 vitorias, 9 empates, 8 derrotas, 41 golos marcados e 31 sofridos.

To-mane 00h20min de 15 de Maio de 2011 (WEST)

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