Diferenças entre edições de "1933/34"

Revisão das 10h40min de 29 de novembro de 2020

Outra vez Campeões de Lisboa e de Portugal

Em cima: Abelhinha, João Jurado, Rui Araújo, Jordão Jóia, Joaquim Serrano e Faustino; Em baixo: Adolfo Mourão, Vasco Nunes, Manuel Soeiro, Reynolds e Cervantes.

Nesta temporada o Sporting colheu os frutos da mudança operada na época anterior por Joaquim Oliveira Duarte e, sob o comando de Rodolf Jenny repete o feito inédito de 1922/23, juntando ao título de Campeão de Lisboa a vitória no Campeonato de Portugal.

No entanto a época voltou a ficar marcada pela polémica, quando o Congresso da FPFA determinou o regresso do Barreirense e do Luso do Barreiro às competições da AF Setúbal, o que motivou o recurso da AF Lisboa à autoridade administrativa, que em Janeiro de 1933 deu razão à Associação da Capital, numa altura em que já se tinha disputado a 1ª volta do Campeonato Regional, sem os clubes do Barreiro.

Assim foi decidido considerar os jogos já realizados como um Torneio Oficial da AFL e, com a reintegração do Barreirense e do Luso do Barreiro, o Campeonato de Lisboa foi disputado outra vez por 10 clubes, mas agora numa só volta, pois não havia datas disponíveis para mais.

O Sporting tinha iniciado a época com algumas indefinições no seu plantel, principalmente no ataque que perdera Alfredo Valadas e Gralho, que tinham decidido regressar às suas terras, enquanto Abrantes Mendes resolvera retirar-se. Assim foram recrutados Soeiro e Pireza, mas o facto de serem ambos jogadores oriundos dos clubes do Barreiro, impediu a sua inscrição, pelo que o treinador Rodolf Jenny teve de encontrar alternativas nas Reservas, ao mesmo tempo que transformava Abelhinha no novo médio direito da equipa, numa altura em que Varela já acusava o peso dos seus 30 anos.

Assim a primeira volta do Campeonato de Lisboa, a tal que seria transformada em Torneio Oficial, não correu muito bem aos Leões, que alternaram goleadas aos clubes mais fracos, com desfeitas frente aos mais fortes, excepto no sempre especial confronto com o Benfica, onde o Sporting ganhou por 2-1, somando assim 4 vitórias e 3 derrotas, nesta improvisada competição, na qual foi atribuída a vitória ao Belenenses que liderava a classificação ao fim dos primeiros 7 jogos.

Em Janeiro arrancou finalmente o Campeonato de Lisboa e o Sporting continuou a revelar os mesmos problemas anteriormente evidenciados. Depois de um empate com o Benfica e de duas vitórias frente a equipas mais modestas, surgiu mais uma derrota frente ao Carcavelinhos, e não se vislumbravam melhorias na equipa.

Foi então que o Sporting aproveitou a interrupção do Campeonato para a realização da eliminatória ibérica de apuramento ao Mundial de 1934, para reforçar a sua equipa, assegurando os serviços de três jogadores madeirenses, o guarda redes Jóia e os avançados Vasco Nunes e Reynolds e, conseguindo finalmente inscrever Soeiro, numa altura em que o Luso do Barreiro tinha regressado à AF de Setúbal, desistindo assim do Campeonato de Lisboa.

Estas mudanças surtiram o efeito desejado e, o Sporting que já tinha uma defesa e um meio campo sólidos, surgiu com uma linha avançada renovada, onde se mantiveram apenas os extremos, arrancando para uma ponta final de temporada irrepreensível, que foi explicada pelo treinador jogador Rodolf Jenny, como tendo base no trabalho que fora efectuado no capitulo físico e no sistema táctico adoptado, que segundo ele era uma mistura entre o modelo escocês e a formação em W.

Na 7ª jornada do Campeonato, o Sporting derrotou o Belenenses por 2-0 e passou para a frente da classificação em igualdade com o Barreirense, uma posição que confirmou no jogo seguinte, o que lhe garantia pelo menos um lugar numa Finalissíma, pois na última jornada cabia-lhe defrontar o desistente Luso do Barreiro.

Assim foi na bancada que os Leões festejaram a conquista do seu 8º Campeonato de Lisboa, graças à vitória do Belenenses sobre o Barreirense na última ronda, o que deixou o Sporting isolado no 1º lugar, com mais um ponto do que o Carcavelinhos e o Belenenses, descendo o Barreirense para a 4ª posição.

No Campeonato de Portugal, Atlético da Marinha Grande e Sp. Espinho são despachados com facilidade. Depois é a vez dos rivais Belenenses e Benfica, ambos superados com um empate e uma vitória que permitem ao Sporting chegar à final invicto e como grande favorito, pois o adversário era o Barreirense.

No entanto, o jogo não foi fácil, de tal forma que foi necessário recorrer ao prolongamento para desempatar o 3–3 com que se tinham atingido os 90 minutos habituais. Caberia a Soeiro, em tarde de grande inspiração e glória, marcar o golo da vitória, depois de já ter sido o autor dos outros três tentos do Sporting, nesse jogo memorável para ele e para o Clube.

É de notar que o técnico húngaro voltou a anunciar, tal como tinha acontecido na época anterior, que não jogaria no Campeonato de Portugal, pois considerava que sendo essa uma prova de âmbito nacional não deveriam participar nela jogadores estrangeiros.

A invencibilidade do Sporting desde as alterações introduzidas em Março, prolongou-se até ao final da época, sendo de assinalar uma vitória por 4–1 sobre o Atlético de Madrid, que era ainda mais relevante pelo facto de Portugal ter sido recentemente goleado pela Espanha por 9-0, num dos dois jogos que a Selecção Nacional disputara, a contar para a eliminatória ibérica de apuramento para o Mundial, e que tiveram a participação dos jogadores leoninos Dyson, Jurado, Joaquim Serrano e Mourão.

Já em Julho o Sporting foi finalmente desfeiteado, mas para isso foi necessário que a Selecção do Brasil viesse a Portugal, onde naturalmente defrontou os Campeões de Lisboa e de Portugal, num jogo integrado nas comemorações do 28º aniversário do Clube, que terminou com uma amarga goleada de 6-1.

To-mane 21:54, 4 Agosto 2008 (WEST)

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• Há um autogolo de João Oliveira (Benfica)
• O Sporting actuou com menos um jogador num jogo com o Casa Pia

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