Não possui permissão para editar esta página, pelo seguinte motivo: A operação solicitada está limitada a utilizadores do grupo: Utilizadores. Pode ver e copiar o conteúdo desta página. No final da terceira década do século XX, um dos assuntos na ordem do dia no futebol português, era o "profissionalismo encapotado" ou o "falso amadorismo", que era praticado em vários clubes, que já compensavam financeiramente os seus melhores jogadores. Nessa altura no Sporting defendia-se intransigentemente a pureza do amadorismo, ainda mais vivendo Clube um período de grandes dificuldades financeiras e, continuando por resolver a questão das instalações desportivas. Em [[1928/29|1928]] constou que [[Jorge Vieira]], que era o Capitão Geral da secção do Futebol, Capitão da equipa e um jogador histórico do Clube, teria tentado convencer o novo Presidente [[Joaquim Oliveira Duarte]] a ser mais flexível na questão das compensações monetárias aos jogadores, que já não se contentavam com pequenos almoços e lanches, antes e depois dos jogos, uma atitude que não foi bem recebida pela [[A Gerência 1928/29|Direcção]] do Sporting. O que é certo é que com 30 anos de idade e acabado de representar Portugal nos Jogos Olímpicos, [[Jorge Vieira]] decidiu abandonar o Futebol, alegando que por motivos da sua vida particular, já não se podia preparar convenientemente, tendo então solicitado que o Clube disponibilizasse a sua equipa principal, para a realização de um jogo de despedida cuja receita reverteria a seu favor, algo que a Direcção começou por considerar imoral e perigoso, por poder abrir um precedente. No entanto as conversações prosseguiram e depois da Direcção propor que 25% da receita desse jogo fosse para ajudar os jogadores que estavam doentes e outros 25% para ajudar a viúva de [[Amadeu Cruz]], algo que [[Jorge Vieira]] recusou por já estar previsto um jogo para esse efeito, chegou-se a um entendimento para que um terço da receita do jogo ficasse para as ajudas aos jogadores doentes e outras despesas, apontando-se Dezembro como o mês para a realização do evento. Entretanto a equipa de Futebol ia de mal a pior e sucederam-se os apelos dos adeptos para que [[Jorge Vieira]] regressasse à actividade, tendo o jogador resolvido colocar-se à disposição do Sporting, pelo menos até à data do seu jogo de despedida. Inicialmente a Direcção alegou que essa situação poderia causar algum incómodo entre os jogadores da 1ª categoria, mas acabou por aceitar e, em Dezembro de 1928 [[Jorge Vieira]] voltou a jogar pelo Sporting, no entanto apresentou-se em má forma, contribuindo para [[1928-12-16 União de Lisboa – SPORTING|mais uma derrota]] da equipa. Na semana seguinte a equipa principal do Sporting deslocou-se a Santarém e [[Jorge Vieira]] não foi convidado, nem tido nem achado, pois o treinador [[Charles Bell]] entendeu que ele necessitava de treinos adicionais para melhorar a sua forma. Sentindo-se ofendido [[Jorge Vieira]] escreveu uma carta à Direcção num tom áspero, que obteve como resposta a suspensão dos seus direitos de sócio até à realização da próxima Assembleia Geral, por se considerar a referida missiva desrespeitosa para com os dirigentes. Figura de enorme prestigio entre os sócios do Sporting, [[Jorge Vieira]] foi alvo de uma onda de solidariedade que levou à convocação imediata de uma Assembleia Geral extraordinária para se discutir o seu caso. Nessa reunião magna que se realizou no dia 2 de Fevereiro de 1929, [[Jorge Vieira]] e o Presidente [[Joaquim Oliveira Duarte]] travaram-se de razões, verificando-se que os mais de 300 sócios presentes, estavam maioritariamente do lado do jogador, o que levou à demissão da Direcção, alegando não ter condições para trabalhar num ambiente tão atrabiliário. Nessa altura a Assembleia Geral foi interrompida, devido ao adiantado da hora e à agitação envolvente, ficando por agendar a sua continuação, para concluir a "Questão Jorge Vieira" com a votação das moções propostas e proceder à eleição de uma nova Direcção. Assim no dia 22 de Fevereiro voltaram a reunir-se cerca de 300 sócios do [[Sporting Clube de Portugal]], numa assembleia que na ausência do demissionário [[Ernesto Navarro]], seria dirigida pelo Engº [[Rebelo da Silva]]. Nesta reunião seria recusada uma proposta conciliadora de [[José Serrano]], sendo levada a votação e aprovada com 144 votos a favor, 130 contra e 5 abstenções, a moção que elogiava as qualidades de carácter de [[Jorge Vieira]] e que declarava sem efeito os castigos que lhe tinham sido aplicados pela Direcção demissionária. Quanto à eleição de um novo elenco directivo, questões formais impediram o avanço desse processo, ficando assim e de acordo com os Estatutos, [[Conselho Fiscal 1928-29|o Conselho Fiscal]] incumbido de gerir o Clube até à realização de uma nova Assembleia Geral eleitoral, uma vez que a Direcção anterior apenas se disponibilizara para se manter em funções até à conclusão da Assembleia Geral em que se demitira. [[Jorge Vieira]] voltaria à actividade na [[1929/30|temporada seguinte]] e, ainda jogaria na equipa principal do Sporting mais três épocas. [[Utilizador:To-mane|To-mane]] 20h04min de 25 de Setembro de 2014 (WEST) [[Categoria:Momentos Directivos]] Voltar para A Questão Jorge Vieira.