Não possui permissão para editar esta página, pelo seguinte motivo: A operação solicitada está limitada a utilizadores do grupo: Utilizadores. Pode ver e copiar o conteúdo desta página. [[João Rocha]] chegara ao Sporting em 1973 com o projecto de o tornar num Clube-Empresa e assim criara a Sociedade de Construções e Planeamento, através da qual planeava avançar com um grande empreendimento, que passava pela construção de uma área habitacional e de um complexo terciário, que no futuro pudessem ser o sustento da actividade desportiva do Clube, que era cronicamente deficitária. Para além disso ele queria construir uma Cidade Desportiva onde o Sporting pudesse a ter todas as instalações necessárias para o funcionamento do futebol e das suas muitas modalidades. No entanto a revolução de 25 de Abril de 1974 deu lugar a um período de grande instabilidade política no País, com sucessivas mudanças de Governo, ao que se juntou a crise financeira, com uma inflação galopante e taxas de juros elevadíssimas, que travaram os projectos do Presidente leonino. Apesar de tudo isto [[João Rocha]] conseguiu conduzir o Sporting com relativa estabilidade durante seis anos, e fez crescer o património do Clube, mas as promessas de apoio e financiamento para a viabilização da sua a Sociedade de Construções e Planeamento nunca foram cumpridas, e em 1979 o Sporting já tinha um passivo de cerca de 90 mil contos, 20 mil dos quais imediatamente exigíveis, e o orçamento para 1980 previa um deficit de cerca de 12 mil contos, uma situação considerada insustentável. Assim em 7 de Agosto de 1979 [[João Rocha]] informou o [[Conselho Leonino]] da sua intenção de se demitir da Presidência do [[Sporting Clube de Portugal]] e apesar de ter recebido o apoio de todos os membros daquele órgão consultivo, mostrou-se irredutível na sua decisão, aceitando apenas manter-se em funções até que fosse encontrada uma nova Direção, sendo que para o efeito foi nomeada uma Comissão Delegada formada por [[Nunes dos Santos]], Jorge Fagundes. Guilherme Palma Carlos, Mário Garcia, [[Agostinho Abade]], Roque Lino e o próprio [[João Rocha]]. Realizou-se então uma Assembleia-Geral extraordinária, no dia 5 de Setembro de 1979, onde foi nomeada uma [[A Comissão de Gestão 1979/80|Comissão de Gestão]] liderada pelo próprio [[João Rocha]], que tinha como missão assegurar a gerência do Clube até que fosse eleita uma nova [[Direcção]]. A situação arrastou-se até ao fim do ano com [[João Rocha]] queixando-se de falta de apoio da parte de alguns sportinguistas e desafiando a oposição a aparecer, ao mesmo tempo que acusava os órgãos governativos, de dar um tratamento diferenciado a outro clube, enquanto não eram cumpridas as promessas que tinham sido feitas ao Sporting. Nessa altura chegou-se mesmo a falar de alguns nomes para uma hipotética sucessão, mas ninguém avançou e depois de várias reuniões do [[Conselho Leonino]] e de algumas Assembleias Gerais e muitas insistências para que [[João Rocha]] continuasse, com o Presidente a manter-se irredutível na sua leitura de que não estavam reunidas as condições necessárias para levar a cabo o seu projecto, em 15 de Janeiro de 1980 a [[A Comissão de Gestão 1979/80|Comissão de Gestão]] declarou ter cessado funções, colocando os destinos do [[Sporting Clube de Portugal]] nas mãos do Presidente da [[Assembleia Geral]], [[Santos Ferro|Luís Santos Ferro]], que no entanto não aceitou essa renuncia. O [[Conselho Leonino]] voltou a reunir-se com a [[A Comissão de Gestão 1979/80| Comissão de Gestão]] em 19 e 21 de Janeiro de 1980, altura em que [[João Rocha]] reiterou a sua vontade de abandonar o Clube, a não ser que fossem desbloqueadas as situações que se arrastavam à anos, mas aceitou continuar enquanto não fosse encontrada uma nova Direcção. Nessa altura foi formada uma Comissão Delegada constituída por: [[Santos Ferro]], [[Valadão Chagas]], Guilherme Palma Carlos, [[Octávio Barrosa]], [[Nunes dos Santos]], Roque Lino, Jorge Fagundes e [[Agostinho Abade]], que ficou incumbida de promover as necessárias diligências no sentido de se encontrarem novos corpos gerentes para o Clube, apontando-se o dia 13 de Fevereiro como a data provável para a realização da necessária Assembleia-Geral eleitoral extraordinária. O nome do empresário Manuel Martins Dias chegou a ser falado, mas [[João Rocha]] continuava a ser apontado por todos como o único capaz de resolver a crise, pelo que muitos eram os que defendiam que os sportinguistas se deveriam acima de tudo concentrar em desenvolver todos os esforços necessários para satisfazer as condições que o Presidente considerava fundamentais para se manter à frente do Sporting, pressionando os órgãos governativos a cumprirem as promessas feitas ao Clube. No dia 25 de Fevereiro de 1980 a Comissão Delegada informou o [[Conselho Leonino]] de que apesar dos esforços desenvolvidos não tinha sido possível encontrar uma personalidade para presidir ao Clube, pelo que a 14 de Março de 1980 se realizou outra Assembleia-Geral extraordinária, onde o mandato da [[A Comissão de Gestão 1979/80| Comissão de Gestão]] foi prorrogado por mais um mês, e foi formada uma nova Comissão Delegada constituída por: [[Amado de Freitas]], Roque Lino, [[Abraham Sorin]], Moisés Ayash e Orlando Naia , que ficou incumbida de no prazo de 30 dias apresentar um elenco directivo e colaborar com a [[A Comissão de Gestão 1979/80|Comissão de Gestão]] na resolução dos problemas do Sporting. No dia 3 de Maio de 1980 realizou-se uma nova Assembleia-Geral extraordinária com a presença de mais de 2 mil associados, onde se manteve o impasse, com [[João Rocha]] despedir-se dos sócios, embora mostrando-se disponível para ajudar a encontrar uma boa solução directiva e para colaborar com a futura Direcção, enquanto a Comissão Delegada propôs algumas medidas no sentido de ajudar a resolver os problemas financeiros mais imediatos, nomeadamente um pedido de empréstimos sem juros junto dos sócios e a criação de mais lugares cativos, obrigando-se o Sporting a dotar essas bancadas com cadeiras fixas, propostas que foram aprovadas apesar de [[João Rocha]] as considerar como paliativos que nada resolviam, numa altura em que o Clube precisava de 6 mil contos, já. Esta Assembleia-Geral terminou já depois da 4 da manhã em clima de efervescência, motivado pela resistência dos membros da [[A Comissão de Gestão 1979/80|Comissão de Gestão]] em prolongarem o seu mandato para além da mesma, acedendo por fim a permanecerem no exercício das suas funções até ao dia 12 Maio, data marcada para a retoma dos trabalhos, depois de constituída uma no Comissão que ficou incumbida de tratar dos problemas do Sporting junto das entidades oficiais, até ao dia 12 de Maio e que era formada por [[Mário Garcia]], [[Nunes dos Santos]] e [[Simões de Almeida]], coadjuvados por [[João Rocha]]. Nesta altura continuavam as tentativas de se encontrar um sucessor para [[João Rocha]], surgindo então o nome de [[Emídio Pinheiro]] como candidato a Presidente, uma solução que no entanto não se viria a concretizar, devido ao estado debilitado de saúde daquele sócio, que assim não pode aceitar o desafio. Esta Assembleia-Geral prosseguiu no dia 12 Maio, mas uma vez que o impasse se mantinha e o [[Conselho Leonino]] continuava a não conseguir apresentar uma solução como lhe competia, o Presidente da Assembleia-Geral [[Santos Ferro]], decidiu colocar o problema nas mãos dos sócios, desafiando-os de acordo com os Estatutos, a organizarem listas para submeter à aprovação de uma Assembleia-Geral eleitoral que seria convocada para o efeito, e assim estabeleceu o dia 8 de Julho como prazo para a respectiva apresentação, mas sem êxito pois ninguém avançou, e o nome de [[João Rocha]] continuava a ser o mais desejado. Assim foi convocada uma Assembleia-Geral para o dia 19 de Julho, visando debater a situação e encontrar uma solução para a crise que se arrastava sem fim à vista, numa altura em que se considerava já terem sido dados alguns passos decisivos para ultrapassar muitos dos problemas que o Presidente leonino identificara e em que voltava a haver esperança de que ele reconsiderasse. Nessa reunião marcada por uma forte onda de apoio à continuidade de [[João Rocha]] na liderança do Clube, foi aprovada por unanimidade uma proposta de [[Nunes dos Santos]], no sentido de que fosse agendada uma Assembleia-Geral eleitoral para o fim do mês, e de que as listas concorrentes apresentassem o seu programa de acção no [[Jornal Sporting]]. [[João Rocha]] que nessa altura defendia estarem criadas as condições para que deixasse de ser o [[Conselho Leonino]] a indicar os Órgãos Sociais, avançou finalmente e foi o único a apresentar listas e um programa, onde se propunha a revisão dos Estatutos, o aumento do numero de sócios, o inicio da construção da Cidade Desportiva, de um Pavilhão para as modalidades e de um campo relvado, o fecho do Estádio e a valorização do património imobiliário com a construção de uma área habitacional e um centro terciário. Assim no dia 31 de Julho de 1980 realizou-se a Assembleia-Geral eleitoral, à qual compareceram cerca de 1100 sócios leoninos, e onde foram eleitos sem oposição, os Presidentes e Vice-Presidentes dos Órgãos Sociais do [[Sporting Clube de Portugal]], para o biénio [[A Gerência 1980-1982|80/82]]. Resultados finais oficiais: DIRECÇÃO: *Presidente: [[João Rocha]] 3680 votos *Vice-Presidente: António Esteves 3590 votos MESA DA ASSEMBLEIA GERAL: *Presidente: [[Emídio Pinheiro]] 3711 votos *Vice-Presidente: Roque Lino 3700 votos CONSELHO FISCAL E DISCIPLINAR: *Presidente: [[Nunes dos Santos]] 3634 votos *Vice-Presidente: Luís Coimbra 3717 votos [[Categoria:Momentos Directivos]] Voltar para A crise de 1979-80.